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14 de março de 2006

Efemeridade

O quão pouco dura o Tempo para se transformar num instante? Qual o momento certo para se despedir? Einstein deixou claro que o tempo é relativo e que sua percepção depende do observador. Mas tem um fator nessa tríade espaço-tempo-velocidade da luz, que muda todo o cenário. É quando há sentimento pulsante. Um adeus. Uma decisão. Uma espera. O amanhã é sempre presente e passível de ser alcançado. Mas, num ponto singular do tempo, tudo muda completamente. O adeus não é mais possível. O amanha não vai acontecer. O instante de tão efêmero se torna eterno. Nada mais se pode fazer a não ser sentir. Saudade. Ausência. Dor. Tenta-se imediatamente recuperar o segundo anterior. Mas este já não existe mais. Somos os únicos que temos pelo menos uma certeza. E é exatamente para ela que nunca nos preparamos. A idéia de presente-passado-futuro perde o sentido. O tempo deixa de existir exatamente neste único e particular instante. Mais uma vez fica aquela lição que de exaustivamente dita, se torna inaudível. Porém, freqüentemente retorna para dizer o que é a mais pura verdade: Viva cada instante como se fosse o último. Porque este o é! E ai, só nos restam as lembranças.