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28 de abril de 2009

Pedir perdão é egoísmo. Perdoar-se é altruísmo.

Costumamos pensar no perdão como algo que recebe de alguém assim como um presente. Temos por hábito, quase um reflexo incondicionado até, de pedir o perdão divino. É comum alguém, sem querer ou não, nos fazer algum tipo de mal e em seguida nos pedir “perdão”.
Pode ser uma briguinha entre namorados;
Pode ser uma briga entre amigos;
Pode ser uma palavra errada dita na hora errada;
Pode ser uma lista infindável de motivos aos quais “pedimos” perdão.
Eu, particularmente, tenho desenvolvido uma habilidade pouco comum. Acredito que o perdão não se pede. Perdão se oferece. Mas um perdão para ser oferecido precisa ser existir. E como o perdão existe ou não?
Tenho por convicção que eu preciso primeiro ME perdoar do ato que cometi, para só então poder oferecê-lo a alguém. Perdoar-se talvez seja o exercício mais difícil. Eu preciso reconhecer que errei. Preciso reconhecer que meu erro afetou alguém. Preciso ainda assumir que posso corrigir o erro e principalmente me perdoar pelo que fiz. São tarefas aparentemente simples. Mas o que estamos acostumados a fazer é transferir a nossa responsabilidade para um terceiro. Ou seja:
“perdoe-me pelo que lhe disse”; “perdoe-me pelo que fiz” são frases que costumamos ouvir ou falar.
No momento em que transfiro para o outro uma responsabilidade que é minha, me omito de corrigir o erro e principalmente de evitar cometê-lo novamente. Quando perdoamos alguém que não se perdoa, isso permite ao outro cometer o mesmo erro novamente. E pedir perdão novamente. E errar novamente. E pedir perdão novamente e assim sucessivamente. Nesta constância, o “agressor” não se sente na obrigação de rever seus atos. Ele pede, na verdade, um alvará, um consentimento para continuar agindo da mesma maneira, acreditando que a obrigação do perdão é do outro e não sua.
Hoje, quando alguém me pede perdão, eu costumo dizer: Não tenho esse poder. O máximo que está ao meu alcance é dizer: você se perdoa pelo que fez?
Caso a resposta seja afirmativa, então, o meu perdão já está “concedido”. Caso seja negativa, o MEU perdão é inútil.
Quando devolvo para o outro a responsabilidade em se perdoar, tiro das minhas costas um peso que não na verdade não é meu. Assim, vivo muito mais tranqüilo e com a visão mais clara do que realmente me cabe.
Perdoar-se está diretamente relacionado a quão humilde se é. Não espere pelo perdão de ninguém. Não espere pelo perdão do seu Deus. Aprenda a se perdoar.
Pedir perdão é egoísmo. Perdoar-se é altruísmo.

2 comentários:

Millacri disse...

Você podia tanto escrever mais...
Adoro ler você nos seus textos.
Beijinhos

Millacri disse...

Ah, publiquei no meu blog, tá?
Beijo