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18 de março de 2007

Até que a morte os separe?

Na cerimônia católica do matrimônio o padre profere estas palavras, para que os noivos repitam, sendo um dos rituais mais marcantes do casamento: “ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando e respeitando ate que a morte os separe”.
Não há duvidas de que efetivamente a morte separa. Afasta. Quando perdi a pessoa que amava, senti uma dor que não passa, que não se acalenta nem alivia. Eu, que fiquei, tive um pedaço de mim que morreu junto. É preciso continuar vivendo, de fato. E isso eu faço. A morte tem uma característica que é um acontecimento à nossa revelia e que por isso mesmo não há chance de “se preparar”. O relacionamento então é terminado de forma compulsória. Mas e as promessas? E o ser fiel? O amando e respeitando encerra à morte dela? Não! Não encerra.
Por certo que quem fica tem todo direito a ser feliz e tentar construir uma nova vida. Mas o fato de envolver-me com outra pessoa quebra minha promessa de ser fiel. Ser fiel não tem validade. Amar e respeitar não tem prazo de término. A morte separa. Mas não leva junto com ela o sentimento. Não leva junto com ela a fidelidade ou a promessa antes pactuada.
Tenho certeza que ainda vou me envolver com outra pessoa, casar e realizar meus sonhos (agora meus) que outrora foram praquele amor que tive. É preciso identificar estes sentimentos e ficar atento para que não bloqueie o amor por outra pessoa. Mas eu posso garantir que permanecerei fiel, amando e respeitando, mesmo que a morte tenha nos separado.
Desta forma, tomo a liberdade para alterar aquela frase e reescreve-la:
"Meu amor, prometo te ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-te e respeitando-te, para sempre. Eternamente".

2 comentários:

Millacri disse...

Minha voz fez-se muda!
Saudadades de ti, Galego.
Beijocas

Anônimo disse...

Meu querido. Não vou pedir desculpas pela intimidade. A dor nos torna íntimos de quem nem conhecemos.Cheguei aqui pela Camila.Trabalhamos juntas.Ela me contou sua história. Criei um blog pra mim por incentivo dela na tentativa de me ajudar um pouco a viver a perda de um dos meus amores.Perdi dois filhos.O mais velho,bem novinho e minha caçula, há 3 anos e meio com 21 anos. Você tem razão.A saudade não passa,não alivia,não dá trégua.Só doi.E muito.Além da sua frase eu também gostaria de alterar uma outra: Estás disposta a criar os filhos que 'Deus'te conceder? Eu acrescento sem pedir licença: "E a perdê-los?" Eu diria um sonoro NÃO.Você não trairá seu amor pela sua amada.Ele será eterno, mesmo que você ame outra pessoa. O namorado da minha filha me disse isto um dia.Quando quiser falar,desabafar,me mande email:liliana2905@gmail.com. Terei o maior prazer em te ajudar a viver os seus momentos mais difíceis.às vezes é bom falarmos com quem conhece e sente a saudade de um grande amor perdido. Um abraço